quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Entrevista exclusiva da pastora Gissele concedida ao Jornal Tribuna Evangélica


TRIBUNA EVANGÉLICA - Quais os propósitos da Igreja Batista Missionária Internacional para 2010?
Temos vários alvos, mas o principal é retornarmos à Visão Celular no Governo dos 12. Temos planos para cada Rede especificamente, mas todos, com base na Visão Celular. Planejamos ganhar, consolidar, discipular e enviar. Não queremos fazer nada com pressa.


TRIBUNA EVANGÉLICA - E o trabalho com as mulheres da Igreja e da cidade?


Pra Gissele - No momento não temos um dia fixo de culto com as mulheres da Igreja. Fizemos uma reunião com todas elas e fomos surpreendidas com o que Deus fez, em termos de número como também com a manifestação de Deus na reunião. Retornaremos a reuniões fixas periódicas em 2010, não sabemos ainda o intervalo entre elas, mas nos reuniremos periodicamente, como Rede. Bom, da cidade não tenho resposta, pois, precisamos de uma oportunidade dada por Deus, para nos juntarmos com o propósito de planejar algo de impacto, não para uma Igreja, mas para toda a cidade. De uma coisa temos certeza, Deus irá nos levantar (as Igrejas em Feira) para tomar essa cidade.


TRIBUNA EVANGÉLICA -. Pastora, nós sabemos que a senhora enfrentou uma crise no seu casamento, do que a senhora se arrepende e onde errou?


Pra Gissele - Sim, enfrentamos não uma crise, mas um ataque violento do império das trevas. Nós tínhamos dificuldades como todo casal tem, mas em nenhum momento planejamos passar pela situação que passamos. Foi algo tão assustador que, em todo tempo, mencionávamos que tudo aquilo era uma forte visitação de Satanás. João sempre foi contra separação e divórcio, sempre viveu uma vida íntegra, dedicada a Deus e, mesmo separado, dizia em todo tempo que não concordava com essa atitude; ele sempre teve muito zelo e temor pela Palavra, pelo testemunho e pelo ministério. Mas em uma guerra alguns são feridos e outros até morrem, a depender da proximidade que alcançam, no ataque ao inimigo. É por esta razão talvez, que alguns soldados não se sentem à vontade para tomarem posição na guerra. Deus tem algo muito especial para nós dois como servos, como também para nossa Igreja, assim como tem para todas as demais. A questão é que fizemos coisas fortes no Reino de Deus e que, com certeza, afrontamos o inimigo. Tudo que fizemos foi com muita seriedade, compromisso e dedicação. Temos consciência que devemos fazer o melhor para Ele, então dedicamos toda a nossa vida e a nossa força para o ministério, pagamos um alto preço e, consequentemente, colhemos milhares de frutos, mas, paralelamente, entramos em uma batalha de alto nível. Só pode ser uma circunstância totalmente permitida por Deus com um propósito. Temos convicção que o nosso Deus pode reverter qualquer situação e é isso que Ele está fazendo conosco. Ele nos conhece e sabe do imenso amor, respeito e temor que temos por Ele.Talvez eu tenha falhado em não administrar determinadas situações com mais tolerância. No momento foi muito complicado lidar com a situação, apesar de que já tinha visto no mundo espiritual, quando comentava, era difícil de alguém acreditar, porque era algo muito forte, muito real. Sabia que alguma coisa estava para acontecer, vi claramente o inimigo nos atingindo, ou melhor: alguns irmãos viram também. Seis meses antes sentimos direção de Deus de convidarmos nossos discípulos para entrarmos em votos, jejum e oração. Orávamos durante as 24 horas, por 40 dias, revezando por turnos; nos unimos todos no mesmo propósito. Bom o que podemos dizer é que tudo que nos aconteceu foi por permissão, com um propósito.


TRIBUNA EVANGÉLICA - Como está vivendo esse novo tempo em seu casamento?


Pra Gissele - Estamos vivendo um tempo totalmente preparado por Deus. Há coisas que não depende só de nós, mas, é necessário uma intervenção divina e, Deus, pela sua misericórdia, nos alcançou. Nós como líderes sabemos que é um grande investimento em tempo, empenho pessoal, espiritual e muita determinação, que fazemos, para alcançarmos uma grande vitória e é isso que estamos fazendo. Hoje temos mais tolerância, paciência, diálogo, entendimento, afeto e separamos mais a nossa vida conjugal e familiar, do trabalho. Toda reconstrução não é fácil. Mas tudo que nos aconteceu, serviu de fortalecimento e experiências que jamais nos esqueceremos. Estamos vivendo um novo tempo, que nunca vivemos antes. É uma experiência nova a cada dia.


TRIBUNA EVANGÉLICA - O que a senhora tem a dizer para as mulheres da cidade?
Pra Gissele
- Que mesmo atingidas por qualquer dardo do inimigo, envolvidas em situações que não tem saída; seja doença, separação, problemas com filhos, dificuldades financeiras, emocionais e espirituais, não devem desistir nunca. Deus age conforme a nossa fé e determinação. Não nascemos para perder. Mas se acontecer alguma situação que esteja além da capacidade de suportar e enfrentar, não tome isso como derrota, encare como o caminho para uma grande experiência com Deus. Tudo coopera juntamente para o bem daqueles que O amam. Pessoalmente foi confrontada em várias áreas da minha vida, inclusive na minha saúde, mas o tempo todo citava para mim mesma, para meus filhos e todos que tinham contato comigo, que Deus estava no controle de tudo e nada sairia do Seu domínio. Ele é quem daria a última palavra, Ele definiria o rumo de todas as coisas. E assim tem sido. Temos visto Deus tomar a frente de tudo e agir a nosso favor.


TRIBUNA EVANGÉLICA - Atualmente como a senhora define o pastor João e o esposo João Batista ?


Pra Gissele
- João Batista pastor, defino como sempre defini. Como um homem de Deus, totalmente comprometido. Às vezes digo que João vive mais no céu do que na terra, mas entendo que um sacerdote, tem que ter uma postura de renúncia e separada mesmo. Admiro muito o testemunho dele, o tempo que investe na oração, na Palavra, o zelo e a seriedade que tem em relação as coisas de Deus. Acho que os sacerdotes e sacerdotisas do Senhor devem ter uma vida separada. Não fora da realidade, mas debaixo de compromisso e temor e isso requer certas renúncias. Ele tanto vive assim, como também sempre nos ensinou a viver uma vida íntegra, disciplinada e de comunhão com Deus. Às vezes era até radical, mas tudo com o propósito de fazermos o melhor. Sempre exigiu disciplina tanto pessoal como espiritual e, talvez, tenha sido essa uma das razões de termos alcançado 954 células e quase 4.000 discípulos. João é visionário, tem muita fé, força, disciplina e um amor enorme por Deus, além de conseguir conciliar o crescimento pessoal e espiritual.Como esposo, com certeza não é mais o mesmo. Ou melhor, não somos mais os mesmos, melhoramos muito. Claro que tem coisas que não mudam rapidamente, mas o mais importante é o reconhecimento de que é necessário mudar e, acima de tudo, lutar para isso. Temos vivido uma reconquista constante, debaixo de muita vigilância.

TRIBUNA EVANGÉLICA - Após essa situação, houve mudanças na senhora e no pastor João?


Pra Gissele - Sim. Tudo só serviu para nos melhorar. As dores para todos foram muito fortes e, com certeza, fomos tratados em várias áreas. Passamos pelo fogo, fomos confrontados, desapontados; mas o Senhor, em Seu grande amor, nos tirou do deserto. Ninguém está insento de um grande ataque. Por isso não vale sustentarmos nenhum orgulho. Uma das atitudes mais belas na vida de uma pessoa é reconhecer quando erra e toma o rumo do arrependimento e restauração.


TRIBUNA EVANGÉLICA - Sabemos que a Igreja Batista Missionária Internacional liderou vários atos proféticos na cidade e principalmente a senhora envolveu-se em alguns muito polêmicos, isso trouxe resultados positivos para vocês?


Pra Gissele - Trouxe muitos resultados positivos. Tivemos experiências extraordinárias. Claro que para uma Igreja crescer, deve lançar mão de estratégias, caminhar na visão que Deus deu, orar, jejuar, consolidar os novos convertidos para reter o fruto, entre outras ações; mas é bíblico também realizar atos proféticos. Podemos ver isso claramente na Palavra e os resultados que os mesmos trouxeram para o Reino de Deus. Tivemos grandes colheitas, impactos no mundo espiritual, alcançamos alvos impossíveis. Nós colhemos na medida que semeamos e movemos o mundo espiritual no nível da nossa fé. Mas às vezes não queremos sair da nossa zona de conforto e nos expormos, é mais importante nos preservarmos, a tocarmos o mundo espiritual como Deus deseja. Os servos de Deus que fizeram coisas grandes para Ele e tocaram Seu coração, colocaram sua vida em risco, expuseram-na totalmente. A idéia humanista é essa: primeiro minha vida e meus interesses, caso seja possível, farei o que Deus deseja. Raramente permitimos Deus invadir nossa privacidade, trocar a nossa agenda, mudar nossos planos e definir o que quer de nós. Somos extremamente apegados a esse mundo e a nós mesmos. Estabelecemos nossos alvos e depois comunicamos a Deus o que vamos fazer, no entanto deveria ser ao contrário. Nos preocupamos muito com a opinião social, mas muitos servos na Palavra, foram pouco compreendidos, quando se levantaram com um propósito espiritual.


TRIBUNA EVANGÉLICA - O que realmente levou à separação da senhora e pastor João?
Pra Gissele
- Como já comentei, o alvo principal do inimigo era nos atingir, atingir a Igreja e o Reino de Deus. Ele sabe que estávamos trazendo prejuízos para o seu império e que não teria limites para o crescimento do Reino de Deus. Então nos atingindo, nos paralisaria e traria destruição para a Igreja. Jamais queríamos ver tudo isso acontecer, trabalhamos arduamente para alcançarmos justamente a vitória. Claro que não podemos jamais atribuir tudo ao inimigo e nos esquivarmos das nossas responsabilidades, mas tivemos uma visitação do mal. Todos sabem que caminhamos ao redor de Feira por duas vezes, após longo período em jejum, declarando que esta cidade pertence ao Senhor Jesus e que as famílias seriam mudadas. Tivemos a presença de vários Pastores e Pastoras nesse ato profético e todos concordávamos no mesmo propósito, até porque a redenção de uma cidade não é tarefa de uma só Igreja. Fomos fortemente retaliados. Às vezes me pego pensando em tudo que nos aconteceu e a única resposta que me vem à mente é que fomos atingidos por permissão de Deus, com um propósito. Em contrapartida temos de Deus as promessas que para cada vergonha vem dupla honra e que a glória da segunda casa será maior que a da primeira. Recebemos essa mesma Palavra de inúmeras ovelhas e pastores, inclusive de nossa cidade. Nos apegamos às promessas do Pai.


TRIBUNA EVANGÉLICA - Como a senhora define a Visão Celular? Vocês voltarão à Visão Celular no Governo dos 12?


Pra Gissele - Defino como uma uma estratégia extraordinária e, vale salientar que, o que nos aconteceu, não tem ligação nenhuma com a Visão Celular. Se pararmos para analisar, veremos essa estratégia na Bíblia. A essência da Visão é muito simples, talvez ela tenha sido muito “adaptada”. Basicamente constitui-se em ganhar vidas, consolidá-las, ou seja: cuidar pessoalmente dos novos convertidos para que eles não se percam, discipular cada servo na Palavra e enviar, que é levar cada um, após treinamento, a ganhar e cuidar de outro.Na verdade, a Igreja recuou estrategicamente, mas nunca saímos da Visão Celular no governo dos 12. Essa sempre foi a essência da nossa Igreja. Direcionamos o nosso poder de fogo para um poderoso inimigo que nos atingiu e paramos por um momento. Depois de vivermos o período pós guerra, avaliamos os prejuízos, recuperamos a nossa força, estamos sendo restaurados e restaurando, para então retomarmos à Visão Celular no Governo dos 12. Tivemos um encontro pessoal com o Pr. César Castellanos e sobre nós foi liberada uma palavra profética muito forte. Momento preparado por Deus, em que aconteceu cura, perdão, restauração e grandes desafios. Na verdade nossa Igreja sempre trabalhou com células. Desde 1992 quando fomos pela primeira vez à Coréia, à Igreja do Evangelho Pleno de Yoido, do Pr. Cho. Implantamos os pequenos grupos e tivemos grandes resultados. Nunca paramos de trabalhar dessa forma. A visão Celular nos acrescentou estratégias interessantes. Acreditamos que uma Igreja pode crescer muito com vários métodos, segundo Deus coloca no coração de cada líder, mas para manter o crescimento, é necessário um acompanhamento de perto a cada membro. A Visão Celular tem como estratégia principal a Escada do Sucesso que é constituída basicamente dos passos: Ganhar, através das celebrações no templo, nas células, no evangelismo pessoal e em massa. Consolidar através de assistência pessoal ao novo convertido, Discipular, através de edificação pessoal, da Escola de Líderes e dos pequenos grupos e Enviar que é a oportunidade que damos aos discípulos de ganharem e cuidarem de outros. É tudo muito simples. Pode parecer que não, mas é. A questão é nos colocarmos disponíveis para servir a Deus.
De coração, muito obrigada pela oportunidade, pelo carinho e acima de tudo pelas orações que nos mantiveram de pé; só o Senhor poderá recompensá-los. Deus está no controle de todas as coisas e nada foge ao Seu domínio! Deus é fiel, nunca falha e sempre nos leva para perto Dele. Beijo grande no coração, amo vocês! E sempre à inteira